terça-feira, 30 de novembro de 2010

O adolescente e a ansiedade


Estou com dois pacientes em meu consultório que sofrem com o mesmo problema: ansiedade com o vestibular, como consequência da pressão da família, dos amigos e, principalmente, do paciente sobre ele mesmo.                                                                              

Se pararmos para pensar nos adolescentes que enfrentam o vestibular, conseguimos enquadrá-los em 3 grupos: aqueles que não se prepararam de forma adequada e, consequentemente, apresentam chances remotas de conseguirem aprovação; os que têm um desempenho razoável durante a escola e, com isso, têm chances razoáveis de passar; e aqueles que sempre foram bons alunos e estão preparados para encarar o desafio.

De qualquer forma, a ansiedade pode surgir em qualquer um dos três grupos já citados. Porém, o terceiro grupo, no qual se enquadram meus dois pacientes, experiencia a ansiedade de uma maneira diferenciada, pois, além de se angustiar com a competição, sofre uma cobrança muito maior dos familiares, amigos e dele consigo mesmo, justamente pela história de vida escolar. Esses adolescentes do terceiro grupo sempre foram ótimos alunos, os melhores da sala, com as melhores notas e, com isso, a expectativa das pessoas é cada vez maior, o que aumenta a ansiedade.

Segundo Ivan Izquierdo, “Em circunstâncias de estresse ou ansiedade elevada, a glândula supra-renal secreta corticóides, que agem diretamente sobre o cérebro e bloqueiam o mecanismo de evocação".

Quem tem alguém na família, que vai fazer vestibular, já sabe. Todos acabam se envolvendo com a prova e entram em uma grande aflição junto com o aluno. Calma, galerinha! O nervosismo não ajuda em nada! Isso só faz com que a tensão aumente, juntamente com o medo. A cobrança do vestibulando com ele mesmo já é suficiente para tornar sua vida um martírio.

Essa ansiedade que persegue meus dois pacientes, posso garantir, não é uma ansiedade patológica e sim situacional, advinda somente desse momento que estão vivendo. Ao pesquisar a história de vida de cada um, vejo que são pessoas comedidas, calmas, responsáveis, mas que, nesse momento, se deparam com um sentimento diferente daqueles que costumam vivenciar.

Diante disso, converso bastante, tentando descobrir o que há por trás desse medo e dessa ansiedade, trabalho com algumas técnicas de relaxamento, característica marcante da Gestalt-Terapia e, por fim, dou algumas dicas simples que já estamos acostumados a ouvir: "Evitem atividades que aumentam o nervosismo."; "Regulem seu sono, tendo hora certa de dormir e de acordar."; "Conheçam o local da prova com antecedência."; "Tentem se afastar de pessoas que tiram sua concentração."; "Tenham momentos de lazer."; "Pratiquem alguma atividade física pelo menos duas vezes na semana."; "Controlem a alimentação e optem por alimentos leves e saudáveis.".

No mais, o que tenho a dizer é boa sorte aos vestibulandos e que Deus os abençoe!=)


domingo, 28 de novembro de 2010

PALESTREI !=)

foto retirada do blog http://luisinha-anjo-sem-asas.blogspot.com/



Fui convidada a ministrar minha primeira palestra!


No dia 27/11/10, no departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa, falei sobre as crianças especiais no lançamento da Associação "Um Minuto Pela Vida".


Fiquei muito aflita , mas resolvi aceitar o convite, encarando-o como mais um desafio para a minha carreira!É uma aflição gostosa, uma ansiedade que movimenta!
Como é gostoso preparar algo sobre um assunto que motiva e emociona. Me apaixonei pelo assunto ainda mais!
Quando ainda estudava na Universidade Federal de São João Del Rei, estagiei em uma clínica chamada Helianto Aplicar, onde residiam meninos autistas de todas as idades! Trabalhávamos com a Psicologia Comportamental e o resultado era bastante satisfatório. A partir de então, me encantei ainda mais com o universo infantil e hoje me deparo com esse desafio de palestrar!


Então, desde já, agradeço aos pais, estudantes e profissionais presentes e, principalmente, à Juliana pelo convite tão especial.
Resolvi tratar de 2 aspectos principais: a vinda de uma criança com deficiência na família e os aspectos importantes dessa experiência para a constituição psíquica da criança; e a importância do acompanhamento terapêutico, tanto para a criança como para a família, a fim de se reconstituir o vínculo familiar quebrado na descoberta do diagnóstico do filho que acaba de nascer.
Onde começam os processos de inclusão?Primeiramente, na família. Uma família que se preparou para receber uma criança perfeita, sonhada, idealizada e que, de repente, se depara com outra criança, que precisa, então, receber um outro lugar onde ela possa se reconhecer enquanto membro dessa família.


Segundo D'Antino (1998) a família é o primeiro e mais importante “berço” do indivíduo, tendo como função original satisfazer todas as necessidades físicas, afetivas e sociais da criança, cumprindo também, a função mediadora entre a criança e o mundo social.
Por que o primeiro processo de inclusão é feito justamente na família? Se há preconceito e rejeição dentro da própria família, como será que essa criança vai lidar com os outros processos de inclusão, como na escola, por exemplo?
Ao invés de focar nos prejuízos da deficiência, explorem o potencial de seus filhos. É exatamente assim que eu trabalho em meu consultório, independente da criança ter ou não algum tipo de deficiência. A minha intenção é sempre reconhecer e explorar suas potencialidades e eu acho que é aí que está o grande segredo para os pais.
Também falei um pouco do BRINCAR na terapia e citei alguns exemplos de consultório sobre como a criança revela coisas incríveis a partir da brincadeira, trazendo aquilo que ainda não é capaz de elaborar. A criança fala através das cores, dos desenhos, dos personagens que fantasia em suas histórias, mostra através dos jogos como lida com as regras e com o fato de perder algo, o que reflete também em sua vida.


Procurei dar algumas dicas para os pais, obviamente deixando claro que não há uma maneira universal e correta de criarem seus filhos, mas tentando alertá-los para alguns pontos que são mascarados pela deficiência. Contei com a ajuda de uma matéria publicada pelo site da UOL, de Michael Meyerhoff, Ed.D (fonte: http://saude.hsw.uol.com.br/necessidades-especiais-infantis3.htm). Se for do interesse de vocês, dêem uma olhadinha na matéria, pois achei bem interessante.
Para finalizar a palestra, falei um pouco do assunto tão polêmico dentro desse tema, mas que não poderia deixar de falar: a INCLUSÃO.  E sobre a forma de viabilizar a inclusão, não tenho uma resposta, mas sei que um passo seria olhar para dentro de nós, para as nossas próprias diferenças, para assim conseguirmos enxergar o outro de uma maneira mais humana. A partir disso, talvez possamos pensar em algum tipo de evolução.
Tentei levar o meu discurso para o lado da humanização e da sensibilização e, felizmente, deu muito certo!Então, só tenho a agradecer a todos que estiveram presentes!=)

sábado, 27 de novembro de 2010

PALESTRA HOJE!!!

Hoje haverá um evento em prol do lançamento da Associação Um Minuto Pela Vida, no auditório do Departamento de Economia Rural, localizado na Universidade  Federal de Viçosa(UFV). O evento ocorrerá às 17 horas.


Serão ministradas algumas palestras e fui convidada, como psicóloga, a palestrar sobre as crianças especiais. Falarei, especificamente, da chegada de um bebê com deficiência na família e os aspectos importantes dessa experiência para a constituição psíquica da criança; além da importância do acompanhamento terapêutico, tanto para a criança quanto para a família.


No próximo post, contarei como foi!;) Orem por mim, por favor, pois estou com um friozinhoooo danado na barriga!rsrs...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Responsabilidade: ponto forte da terapia!

"...Ninguem é responsável, exceto você. Esta é uma das verdades mais duras de aceitar, mas uma vez que você a aceita, ela traz grande liberdade, cria um enorme espaço. Porque através disso, uma outra possibilidade imediatamente se abre: 'Se eu sou responsável, então posso mudar. Se eu não sou responsável, como posso mudar? Se eu estou fazendo isso a mim mesmo, então isso dói, mas traz também uma nova possibilidade - posso parar de me ferir, posso parar de ser infeliz'..."
(Osho)


Vamos levar nossos clientes  a se perceberem, se conhecerem e reconhecerem seus próprios limites, ajudando-os no caminho para a AUTO-SUFICIÊNCIA...
O que será que o impede de SER e de vivenciar o presente?O que o impede de se conscientizar?Será um passado inacabado?
Vamos levá-los ao reconhecimento de seus recursos atuais, mostrando-lhes quantas possibilidades de escolhas podem estar mascaradas pelos sintomas!
Que tal transformar seus pensamentos sobre o passado em AÇÕES no presente?
Precisamos restaurar a cada dia o contato conosco, com o nosso interior, para que, assim, consigamos lidar com o mundo e com o outro.
O que será que há por trás da dor trazida pelo cliente?Vamos pensar mais sobre isso..leve-o à reflexão. Será que ele mesmo não interrompe algo que precisa ser vivido e isso traz essa dor?
Vamos dar ao paciente a oportunidade de ser ele mesmo, vivenciar a si mesmo!
O adoecimento pode ser bom ou ruim, o que depende somente de como o indivíduo experiencia esse processo.
Vamos refletir, amigos psicólogos!Esse é o meu convite!
(Ana Luiza Rigueira)



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mãozinhas que "roubam"

foto retirada do site http://familia.sapo.pt/



Essa semana uma pessoa veio me procurar pedindo uns conselhos sobre seu filho de 6 anos. Ele anda roubando objetos em todos os lugares que vai: escola, casa dos avós, casa dos tios...
O que mais me chama a atenção é o roubo de objetos inúteis, sem a menor importância, o que mostra que seu prazer está na compulsão em pegar algo que é do outro e não em usufruir do que pegou.
Ao ler alguns artigos, vi que existem algumas explicações para o que anda ocorrendo com ele, mas é importante que a gente não generalize, pois cada criança tem sua individualidade. 
A psicanálise, que não é o meu forte, diz algo sobre a criança estar em busca de uma pessoa(a mãe-seu objeto de desejo que foi perdido), agindo segundo uma fantasia que pertence aos seus impulsos primitivos de amor, pois perdeu um pouco do contato com a mãe(diminuiu, até com a presença de um irmão mais novo, por exemplo). A mãe pode ou não estar presente, pode ser uma mãe perfeitamente boa e capaz de dar amor ao filho(que é o caso dessa pessoa), mas, do ponto de vista da criança, ainda falta algo(é como se "roubar" fosse uma ação compensatória).
É importante também que o assunto seja levado a sério.Achar o fato engraçado ou humilhar a criança com brigas na frente das pessoas pode reforçar o comportamento ou envergonhar a criança, o que não é aconselhável.
Um outro fator essencial é que se fale pra criança sobre as consequências disso, de como a pessoa que perde seu objeto se sente mal (EX: "como você se sentiria se pegassem algo que é seu?") e que se obtenha dela um pedido de desculpas. E não basta obrigá-la a devolver o objeto furtado, os pais devem ajudar porque se trata de um processo humilhante.
Contar a história repetidamente, especialmente em público, também não é bom e pode ser considerado até desleal. Sempre deve-se discutir esse assunto longe dela.
É importante que se perceba a causa do "furto" e quanto mais cedo se intervir, maior a probabilidade de a intervenção ser eficaz e de não descambar numa cleptomania futura.(Não quero assustar ninguém, mas é uma possibilidade pra qualquer pessoa, independente da classe social). 
O ideal é que consigamos enxergar o lado positivo(algo normal da infância), mas também precisamos enxergar as possibilidades negativas e que isso nos movimente.